O ângulo palmar (nos membros anteriores) ou plantar (nos membros posteriores) negativo, se refere à orientação do osso Terceira Falange dentro do casco. E a Síndrome se refere à condição do colapso progressivo dos talões com suas consequências clínicas, nos andamentos e na performance.
Em um casco com ângulo palmar negativo, as asas da terceira falange (processos palmares) estão mais baixas que a região da borda solear (região da pinça do casco). As solas desses cascos apresentam uma perda do arco na região dos talões. Externamente, os cascos adquirem aspecto de “nariz de touro” na parede dorsal, ou apresentam-se com os talões escorridos e pinças achineladas.
Um alinhamento saudável da terceira falange com a cápsula do casco é ligeiramente positivo, determinado pelo formato normal do arco da sola, e varia de acordo com os formatos individuais dos cascos e as variações entre as raças.
Um ângulo palmar/plantar negativo afeta não somente a articulação dentro do casco (interfalangeana distal), como interfere também em outras articulações mais altas do membro, que são forçadas a ficar mais abertas, em posição de maior extensão do que o normal. Por sua vez, as articulações estressadas podem envolver tecidos moles, resultando em desconforto ou dor em qualquer articulação acima dos cascos, incluindo boletos, tarsos, patelas e regiões lombo-sacra e sacro-ilíaca.
Os cavalos acometidos, geralmente, param “sobre si”, e não conseguem adotar uma postura normal de paralelismo dos membros quando parados em repouso. Nos humanos, seria o equivalente a andarmos sobre nossos calcanhares enquanto os dedos dos pés estivessem elevados, o que certamente causaria dores nos tornozelos, joelhos, quadril e coluna!
A solução deste quadro envolve um correto diagnóstico, auxiliado por radiografias (especialmente latero-mediais) que indicarão a orientação óssea dentro do casco e irão guiar a correção através de um casqueamento adequado, equilibrando os talões e casqueando a região das pinças através da remoção do excesso de sola.
De um a três casqueamentos depois, (dependendo da gravidade do caso, e qualidade dos cascos) a terceira falange é reposicionada e o casco muda seu formato, assim como é apresentada uma melhora na circulação local e, principalmente, na postura dos cavalos. As dores decorrentes desse problema cessam e a performance é otimizada.